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Jardim Majorelle

Em 1919, o pintor francês Jacques Majorelle, filho do célebre ebanista e designer art nouveau Louis Majorelle, de Nancy, instalou-se na almedina de Marraquexe, durante o Protetorado Francês em Marrocos. Em 1922 comprou um palmeiral a noroeste da almedina, onde manda construir em 1931 a sua vivenda de estilo mourisco e art déco, desenhada pelo arquiteto Paul Sinoir. A arquitetura do edifício, inspirado na obra de Le Corbusier, é de uma modernidade extraordinária. O pintor instalou a sua residência principal no primeiro andar e transforma o rés de chão num imenso atelier para ali pintar as suas enormes telas.

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Apaixonado por botânica, Majorelle criou o seu jardim inspirado nos jardins islâmicos, com a luxúria dum jardim tropical, em volta da casa, que alguns descrevem como "um jardim impressionista" ou "uma catedral de formas e de cores". O jardim é estruturado em volta de um tanque central, com diversos ambientes variados, onde centenas de pássaros fazem os seus ninhos. É uma obra viva em movimento, composta por plantas exóticas e de espécies raras que o pintor trouxe das suas viagens no mundo inteiro: cactosyuccasnenúfareslótusjasminsbuganvíliaspalmeirascoqueirosbananeirasalfarrobeirasagavesciprestes, etc. Há também uma alameda de aloes e duas matas de bambus, nas partes sul e oeste, junto ao muro exterior. É decorado com fontes, lagos, jatos de água, vasos em cerâmica, alamedas e pérgulas.

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Em 1937 o artista criou o "azul Majorelle", um azul ultramar/cobalto simultaneamente intenso e claro, com que ele pinta as paredes da sua vivenda, e depois todo o jardim, para fazer um quadro vivo que abre ao público em 1947. Depois de ter sofrido um acidente de automóvel, Majorelle foi viver para Paris, onde morreu em 1962. O jardim ficou ao abandono durante vários anos.

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O estilista Yves Saint Laurent e Pierre Bergé descobriram o Jardim Majorelle em 1966, durante a primeira estadia em Marraquexe: «fomos seduzidos por aquele oásis onde as cores de Matisse se misturam com as da natureza?». Os dois compraram o jardim em 1980, para o salvarem de um projeto de um complexo hoteleiro que previa a sua desparição; seria a terceira aquisição do casal na cidade de Marraquexe. Os novos proprietários decidiram habitar na vivenda do artista, que rebatizaram Villa Oásis, e empreenderam importantes trabalhos de restauração do jardim para «fazerem do Jardim Majorelle o jardim mais belo, aquele que Jacques Majorelle tinha pensado, planeado.» O atelier do pintura foi transformado num museu berbere aberto ao público, no qual está exposta a coleção de arte de Yves Saint Laurent e de Pierre Bergé.

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As cinzas de Yves Saint Laurent, morto em junho de 2008 foram dispersadas no roseiral da Villa Oásis e no jardim há um memorial composto por uma coluna romana trazida de Tânger, sobre uma base onde há uma placa com o seu nome. Em novembro de 2010, a princesa Lalla Salma, esposa do rei Maomé VI de Marrocos, inaugurou a exposição "Yves Saint Laurent e Marrocos", ao mesmo tempo que foi dado o nome do do criador de modo a uma rua. Em dezembro de 2011 foi inaugurado o "museu berbere" no rés de chão da vivenda, com a presença do ministro da cultura francês, Frédéric Mitterrand, e a casa onde viveu Saint Laurent foi classificada como Maison des Illustres.

O jardim emprega cerca de vinte jardineiros e é um dos locais turísticos mais visitados de Marraquexe e de Marrocos, com mais de 600 000 visitantes anualmente.


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